não teve aquele sonho louco? E pior, quem não sonhou em realizar o sonho
louco? Pois bem...
Quando pequeno sonhava em ser um grande homem, trabalhador e feliz.
Nobre homem me tornei, modestia à parte. É certo, com a visão infantil que
deveria ter ficado não fiquei. Restou os olhos por hora meio puxados, meio
esbugalhados.
- Thiago, o que vai ser quando crescer?
- Eu quero ser pipoqueiro!
- Ahahahahah
- Não ri, não. Eu andei pensando. Já que gosto tanto de pipoca e terei que
ganhar dinheiro irei, então, trabalhar como pipoqueiro. Mas minha barraquinha
será a mais bonita.
Cresci sonhando com isso. Porque não? Ganhava dinheiro e ainda comia pipoca.
Com o passar do tempo fui exercitando meu lado inventivo. E era pipoca com
bacon, óbvio. E depois foi pipoca com grill de temperar carne; pipoca com queijo-ralado, queijo minas direto na panela; sal direto na panela; até
tempero de mijo rolou nisso; sem contar que depois de pronta misturava com fandangos, cheetos ou qualquer derivado. Depois era só sentar na frente da TV e ver trapalhões.
A propósito eu teria o sofá e a TV vendendo pipoca? Quando pequeno o
pipoqueiro era o meu herói. Agora, crescidinho pra caramba ser pipoqueiro
significa ser covarde.
Meu sonho agora é ser jornalista. Mas não deixo de fazer a minha pipoquinha
de vez em quando.