quarta-feira, maio 30, 2007

O que você vai ser quando crescer?

E quem já não foi pequeno? E quem não entrou no banheiro errado? E quem não se apaixonou pela profissora? E quem já
não teve aquele sonho louco? E pior, quem não sonhou em realizar o sonho
louco? Pois bem...


Quando pequeno sonhava em ser um grande homem, trabalhador e feliz.
Nobre homem me tornei, modestia à parte. É certo, com a visão infantil que
deveria ter ficado não fiquei. Restou os olhos por hora meio puxados, meio
esbugalhados.




- Thiago, o que vai ser quando crescer?


- Eu quero ser pipoqueiro!


- Ahahahahah


- Não ri, não. Eu andei pensando. Já que gosto tanto de pipoca e terei que
ganhar dinheiro irei, então, trabalhar como pipoqueiro. Mas minha barraquinha
será a mais bonita.






Cresci sonhando com isso. Porque não? Ganhava dinheiro e ainda comia pipoca.
Com o passar do tempo fui exercitando meu lado inventivo. E era pipoca com
bacon, óbvio. E depois foi pipoca com grill de temperar carne; pipoca com queijo-ralado, queijo minas direto na panela; sal direto na panela; até
tempero de mijo rolou nisso; sem contar que depois de pronta misturava com fandangos, cheetos ou qualquer derivado. Depois era só sentar na frente da TV e ver trapalhões.
A propósito eu teria o sofá e a TV vendendo pipoca? Quando pequeno o
pipoqueiro era o meu herói. Agora, crescidinho pra caramba ser pipoqueiro
significa ser covarde.


Meu sonho agora é ser jornalista. Mas não deixo de fazer a minha pipoquinha
de vez em quando.

terça-feira, maio 29, 2007

O último quinhão de poesia


Dona Abelha rainha
Rainha das rainhas
Dona de todos os doces
De todo meu mel
Quimeras.

Não me procure mais
Sou fraco alazão.
Perdi o auto-controle
Perdi a razão pela razão
Se for, se não...

Suma, ou sei lá
Porque não consigo sumir.
Me faz mal sonhar
Porque sonho um pesadelo gostoso.
Acordo mal.

Não faz diferença
Se me escondo na abadia.
Tu reapareces de qualquer forma
A qualquer hora
Do amor à covardia.

Não me arrependo
Jamais assim o faria.
Sei dos paraísos que embebedei
Fui de norte a sul na euforia
Do melhor beijo teu.

Mas não há mais sentido.
Pareço mais um estranho
Faço tais coisas
Que me demitem da alcunha de poeta
Desapareço onde antes aparecia.

Por favor,
Apelo ao que for.
Que quer?
Promessas? Não valem
Ou até valem demais

Que quer?
Palavras? Já as derramei.
Perdão? Já os pedi
Sinceridade? Sempre teve.
O que mais?

Não peço retorno.
A vida não permite viagens para trás.
Nem obedeço mais o coração.
Você me ensinou isso.
Quero doce no lugar do amargo. Não?

Quero vida pra ter mais vida
Minuto pra pensar no lugar do segundo impensado.
Quero leveza onde há dureza
Fazer curva onde só há retas
Ser real onde há mentirosa beleza.

E não é drama de desamado.
Recorri a qualquer mistura.
Briguei, amiguei, amiguei mais
Taquei sal nas feridas quando pedia
Que me dissesses sobre aquele jagunço.
E em cada detalhe eu sangrava
Era Jaguncinho pra lá
Jaguncinho pra cá.
E com ele Dona Abelha-Rainha podia rir
Livre, adocicada pela liberdade racional.
Padecido de um mal
Enforquei-me em minha sinceridade.
Prometi coração de pedra.
E assim foi.
Assim será?


A que instituição recorro?
No Tribunal dos destruídos?
No cemitério dos derrotados?
Quero invalidar minha promessa
Onde moram corações amarrotados.

Triste alazão.
Pra carinho nem tem mão
Sai da agonia de dia
Para um ponto e vírgula
Um jamais.

Triste alazão.
Pra voar nem tá são
Entra na conta da vida
Para um ponto final
Um Não.

De três poesias...
Um quinhão.

quinta-feira, maio 24, 2007

Se não sabe brincar, não brinca.

Desde que o mundo é mundo o homem imundo quer brincar de ser Deus. Não lhe foi dado asa, não lhe foi dado barbatana e muito menos foi lhe dado a irracionalidade. Mas foi lhe dado o raciocínio, a criatividade e a tal vontade de satisfação.

- Bem vindo, Senhor. Faça o seu pedido no balcão ao lado.
...
- Bom dia, Senhor. O Senhor já sabe o que pedir?
- Bom dia. Primeiro eu quero um cantinho pra botar as minhas coisas.
- Um cantinho? Uma bacia? Uma caneca? Te darei uma comporta redonda, que abre na metade e tem o botão de liga e desliga. Cabe coisa pra caramba. Quer?
- Aceito.
- O que mais Senhor?
- Uma lâmpada daquelas econômicas.
- Prontinho. Algo mais?
- Um saco de terra ou areia, um pé-de-qualquer-coisa, maçã, banana. Me dê também aquele aquário com todos os peixes dentro. Na verdade, quero um de cada bicho que têm aí.
- Custa os olhos da cara, Senhor.
- Eu pago. E também quero aquele bicho estranho e complexo.
- O pior? O bicho proibido?
- Sim, ele mesmo.
- Mas o senhor tem autorização?
- Tenho. Eu Sou O Cara.
-Um minuto.

...

- Pronto, Senhor. Aqui está todo o pedido.
- Muito obrigado.
- De nada. Boa sorte porque boa coisa isso não vai dar.

_________

Dia 24 de maio de 2007, Londres.

Cientistas britânicos desenvolveram sangue artificial de plástico que poderia ser usado como substituto em uma situação de emergência.
Pesquisadores da Universidade de Sheffield afirmaram que o sangue de plástico pode ser uma grande vantagem em áreas de conflitos e guerras.
O novo sangue é feito com moléculas de plástico que têm um átomo de ferro em seu centro, como a hemoglobina, que pode levar o oxigênio pelo corpo.
Uma amostra do protótipo do sangue artificial será exibida no Museu da Ciência em Londres, a partir do dia 22 de maior, como parte de uma exibição dedicada à história do plástico.

Fonte: http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2007/05/11/295715024.asp

_________

A gente brinca de adoleta, de dominó, de cabra-cega, de mímica, de chicotinho queimado mas não brinca feio, não. Perdemos o controle sobre nós mesmos. Para os céticos esse "sangue moderno" é um abuso. Para os cientistas é a descoberta do "Santo Graal". Revolucinários e clássicos. Abusadinhos e conservadores. Evolução e estagnação.
Quando eu brincava escolhia as pessoas mais espertas e animadas que sabiam brincar.
Mandem avisar pra alguns aí...

Que quem não sabe brincar, não brinca.

segunda-feira, maio 21, 2007

Falou e disse

O poder da declaração é impressionante. Depende muito de quem fala, pra quem fala e quando é falado. Estava neste final de semana assistindo a um dos meus programas favoritos ( http://globosat.globo.com/gnt/programas/programa.asp?gid=51 ), o Saia Justa no GNT quando uma discursão sobre a questão do aborto no Brasil. Lá pras tantas surgiu a declaração do ministro da saúde José Gomes Temporão:
"Essa discussão sobre o aborto já teria sido resolvida se fosse o homem no lugar da mulher em questão"
Ou
"A ladainha sobre a questão do aborto não evolui porque não há mulheres na discussão".
Falou e disse o tal do Temporão.

quarta-feira, maio 16, 2007

Papinho do Papa


O Papa veio com um papinho de querer papar da nossa fé.

Para papai é preciosismo.

Para Péricles, o perna-de-pau, é piada.

Para a pessoa que vos fala é papo furado.


O Papa disse que o povo pré-colombiano esperava pela parada de catequização.

Puta que merda! Pilantragem.

Poxa, o Papa veio com um papinho de querer papar da nossa fé.

Pra papá-la tem que pagar.

Pinóquios, piranhas, palhaços persuadidos?

Pessoas, meu senhor.


Papa vai pra...

Roma.


(Desculpem-me todos. Sou ateu, graças a Deus)
Na imagem o Papa Bento XVI e o Lord Sith do último filme da série Star Wars.

segunda-feira, maio 14, 2007

Cristiane

Tu encantas no olhar de mulher,
Que apesar de menor no tamanho
Que apesar de parecer frágil,
Protege como leoa,
Ou melhor,
Que sob qualquer coisa
A qualquer hora
Contra qualquer um
No céu ou no inferno
É a mais linda mulher.
Nãe sei explicar
Me faltam palavras
É meio clichê
Acima de tudo
Minha guerreira
Eu amo você.

Ps.: Poesia oferecida para Cristiane, minha mãe. Claro, este poema acompanhou uma linda cesta de chocolates com uma surpresa dentro.
Ps2.: A surpresa? Dá-lhe uma. Dá-lhe duas. Dá-lhe três. Apenas um piru de chocolate em tamanho real. Se ela gostou? Adorou a originalidade.

Enfim, Feliz Dia das Mães.

quarta-feira, maio 09, 2007

Substitui. E ponto.

O ponto, só pra início de conversa, pode servir de beijo. Ou o beijo serve de ponto? Numa conversa áspera, logo um ponto/beijo termina tudo.
Troco um atacante por outro; uso sua barriga de travesseiro; troco pra abril as férias de janeiro; vem o meio que eu finjo ser inteiro.
Troco a cama de lugar; você em cima do meu pé pra brincar de andar; no mar sobe em mim e pula pra parecer voar; tropeça de propósito só pro meu beijo sarar.
Às vezes troco seis por meia dúzia; ônibus das cinco por trem das seis; galinha de casa por frango de restaurante; cachorra por amante.
Ou troco ABC por 123; troco o nome da professora; chamo avó de tia (e ela adora parecer mais nova); a mãe de irmã (e ela adora parecer mais nova);
Troco o a colher pela mão; o tchau pelo então; o grandão pelo anão; o primo pelo irmão; o bolo pela manteiga com pão.
Troco a hora de acordar; o turno no trabalho; o dia do aniversário; meu nome, Thiago; e se me chamam de otário...
Troco de humor; troco a música no rádio; mudo de lado no armário; troco a meia da sorte no jogo do Flamengo;torço contra o Romário;
... e o coração...
Mas a vida não é um jogo de futebol. Certas coisas são insubstituíveis. Não é um atacante num mal dia, nem um goleiro com mão escorregadia. Certas coisas ficam. Ou melhoram ou pioram.
Perduram, e são passageiras. Umas são todo o tempo, já outras faz perder o tempo.
Certas coisas nos fincam no peito.
Já outras...substitui. E ponto.

quinta-feira, maio 03, 2007

Linda nos meus 16 anos


Lembro de quando era mais eu. Era eu sendo ela, e ela era ela sendo eu. Éramos um. Dois e um. Era mais homem. Não era mais um. Lembro das facetas de quando nos entreolhávamos. Me metia a pintá-la, tolice. Era no escuro mesmo. Também, nem precisava. Ela lumiava tudo.Lembro de quando contávamos estrelas (todas amigas dela). Lembro de muito, nem tudo.

Lembro que eu era um. E ela era uma comigo. O resto? Ah, o resto pouco importava. Me chamavam babaca. E eu me chamava feliz. Agora sou dois, três, até quatro. Nenhum apaixonante. Nenhum melhor. Todos agonizantes. Do mesmo tamanho, com o mesmo rosto, e tão diferentes. Sofríveis, isso sim. Iguaizinhos nisso, sofríveis.Lembro que nunca tiramos retrato juntos, que nunca beijei nem toquei em seus lábios; sequer os vi. Mas ela sorria rigorosamente todo início de mês.

E ela reapareceu ontem. Me fez lembrar de tudo. De quando eu era mais. Será que nada mudou? A vi de longe. E parecia mais longe que naquela época. De certo, enxergo menos hoje em dia. Afinal, passaram-se 6 ou 7 anos, se não me falha a memória.

Ah! Antes que eu me esqueça, te amo. Te amo linda Lua Cheia.

terça-feira, maio 01, 2007

Fim dos Los Hermanos?

"A banda Los Hermanos comunica a decisão de entrar em recesso por tempo indeterminado. Por conta disso não há previsão de lançamento de um novo disco.A pausa atende a necessidade dos integrantes de se dedicarem a outras atividades que vieram se acumulando ao longo desses dez anos de trabalho ininterrupto em conjunto. Não houve desentendimento ou discordância que tenha afetado nossa amizade tanto que continuamos jogando truco toda quinta-feira. Por conta dessa decisão, mesmo após o término da turnê do "4", resolvemos fazer duas únicas apresentações no Rio de Janeiro, na Fundição Progresso nos dias 8 e 9 de junho. Até lá."



Me pergunto se existe algo bom e não efêmero. Algo que sobreviva mais que o suficiente. Se é bom, mesmo que se esvaia em dez anos (tempo relativamente bom) fará falta.

Podia ter sido mais? Podia ter sido melhor? Podia ter...podia.



Los Hermanos deixou de ser banda faz tempo. Foi além. Era banda no primeiro CD, o da Anna júlia. Depois virou um talentoso grupo de rock e mpb. Camelo, dizem ser o novo Chico Buarque (coisa que discordo, um é um e outro é outro), é talentosíssimo. Amarante também. O que nos resta? Resta entender que "tempo" é tempo. Isso não é namoro. Pausa pode ser pausa. Pode ser um Show do Intervalo. E daqui a pouco tudo volta.



O vencedor - Los Hermanos



"Tudo o que é bom dura pouco".



E fica a pergunta:



Que música dos Los Hermanos é você?



Ps.: 8 de junho, meu aniversário!