quarta-feira, junho 25, 2008

Homo Sapiens

Homo sapiens
Nem é apenas hetero
Bem menos, sapo.
Nem canalha
Nem primata
Era para ser
Homem que sabe
O que na verdade
Não sabes nada.

quinta-feira, junho 19, 2008

Alzirinha

A menina lançou-se no ferro que sustentava a lona da varanda da lanchonete e toda serelepe assuntou com a mãe:
- Olha mãe, sou a Alzira.
- Que Alzira?
- A da novela, mamãe.
Crianças. E eu que imitava a cuca, a emilia, o pica-pau (sem conotações)...

sexta-feira, junho 13, 2008

Linha de raciocínio

Nas batidas das mais diversas baterias - Eu nao poderia crêr que batidas existam - haviam muito menos pêlos nas semelhanças tão diferentes - Eu nao poderia crer que diferenças tão semelhantes existam.
Notei. Notaste como tudo está igual? Portanto, nao subestime o que é mais magro, mais fraco, mais sensivel. Nao subestime a mim, cara pálida.

Deixa. O rock preferido está tocando ali no rádio e quero é bailar ao som da melodia.

Bailar? Que troço mais antigo!

Mas deve ser mais ou menos por aí o raciocínio.

segunda-feira, junho 09, 2008

Um "Feliz Aniversário" original

Antes, um menino assexuado. Hoje, superdotado fisica e intelectualmente. Pode ser que eu esteja mentindo um pouco. Quem sabe? Além das transformações, Thiago desenvolveu um dom maravilhoso, que foge da sanidade e fode com a cabeça da gente: ele escreve. Mas não escreve qualquer coisa, como qualquer um e em qualquer lugar no mundo. Ele é único, "uno", espécie rara. Foi um cuspe doce de Deus num mundo que não salivava há tempos; apagou as chamas do inferno com a sua hidro-imaginação que escorreu feito enchente para a terra do Diabo. Thiago se libertou das amarras no dia 8 de junho e, por isso, o parabenizo. Felicidades, meu querido. Muitos anos de vida!

Ps: eu não sou gay, tampouco ateu. rs

Por Paulo Fernando

domingo, junho 01, 2008

Na lápide desde agora

- Desejo ter desejos reais.
- O desejo de ter desejo já é um desejo. E os “não reais” também.
- Mas os meus desejos são quase sonhos.
- Porque não se pode sonhar?
- Meus sonhos são apenas palavras.
- Então são fáceis. Diga-me.
- Sonho ter um texto bonito em minha lápide. E estaria assim:

“Este homem lançou seu próprio livro, um romance inesquecível. Casou-se na praia com a mulher de sua vida. Viajou pelos mares do mundo com as pessoas que sempre amou. Aventurou-se. Aprendeu. Errou muito. Acertou bastante. Ganhou dinheiro com o que tinha prazer em fazer. Fez muita coisa que ajudou a humanidade. Fez algo que o tornou célebre. Será lembrado por futuras gerações. Este homem dono de um largo sorriso achou o seu lugar no mundo. Buscou e foi feliz”.

- Então seriam estas as palavras que gostaria de ter na minha lápide.
- Meu caro. Não importam as palavras. Quem grafa-las poderá mentir.
- Haveria honestidade.
- Aí é que está. Seus desejos são belos como seria a sua lápide.
- São irreais.
- São plausíveis. E são difíceis na medida em que deseja. Deseja tanto assim? O que está fazendo para que se realizem? Sonhar não custa nada. A não ser que você espera que se faça mágica.
- Tenho uma vida inteira para escrever minha lápide.
- Pense que tem um dia.
- Dois então?
- Dois.
- É que hoje é domingo, ta frio, chove...
- Sem preguiça a partir desta segunda-feira para desejar, realizar e ser feliz.
- Combinado.