
Sempre tivera aquele carocinho de manga
Envolvido no sabor da fruta
E jogava, chutava, apodrecia
Por ai
O quintal foi apequenando
E as mangas, ficavam por ai.
Pros outros tao mais
Que nada pra mim
Ate que o tufao derrubou a mangueira
Fome senti. E muita.
Que falta a manga
Morto me fez
Se eu tivesse a guardado
Bem aqui comigo.
Feito suco
Saboreado
Mas fui pra onde nao tem arvore
Fui pra onde nao tem quintal
E assim se faz a falta
Era um jogo mal jogado
Era uma mania chata de dar esporro
Era uma coisa incomoda, o sol.
Mas era.
Mesmo quando ruim, era.
E agora, pior, sem.
Tao triste.
O jogo pessimo.
Hoje nem temos jogo.
O esporro da mae.
Aqui nem tenho mae.
O sol ardente.
Aqui o sol padece resfriado.
E a manga, se tivesse
Seria o suco mais valorizado.
A falta que se faz presente
A todo passo que a vida vai dando pra frente