domingo, agosto 27, 2006

Consultoria

A realidade entortou a todos. A realidade do time do Flamengo, que só jogará bem quando deixar de achar que é um time, e aí sim será um time. Que o Vasco joga feio mas ganha. Que o Fluminense é o maior desastre depois do Corinthians/MSI. A realidade é que não existe mais futebol. Existe mesmo algo muito parecido, mas futebol, não.

E voltando à consultoria...

Abrimos nossos serviços para atendimento virtual. Fale o que sente que soltamos as palavras mais ordinárias possíveis. Só não sei no que vai dar. Eu sou sério demais pra levar isso a sério. E o senhor Paulo Fernando é cômico demais para ser sério.
Será essa mistura o segredo das mais belas tragicomédias?

PS: Vídeo famoso mas vale a pena ver denovo.

sábado, agosto 26, 2006

Realidade entre aspas

Li outro dia um desabafo sobre o paradoxo de se viver na realidade e não poder querer sonhar. Meti no fundo da minha ignorância a repensar as idéias que ,não eu, mas os outros achavam por mim. Porque viver na realidade significa viver sem sonhos?
É mais uma coisa que sobrepõe verdades e inverdades. É mais uma coisa fora dos padrões, mesmo que seja popular. Sonhador é representante dos moradores distantes da realidade. E realista é o pedacinho que cabe aos que vivem famintos por sorrisos e, que se sorrirem, deixam de o ser. "Ora, ries porque? Não há motivo algum para felicidade".
O segredos dos segredos eu vos conto sem cobrar nada. Atente à minha teoria (que nem é tão minha e nem tão teoria assim): seja criança. É bem simples. Os adolescentes pecam nas extremas sensações e os adultos na extrema "des-sensação"(com licença, meu neologismo significa "pessoa que não sente sensação alguma). Falta competência de se ter equilíbrio. E a criança, bela ironia, equilibra fantasia com realidade. O segredo é o equilíbrio. Nem muito sã, nem muito ridículo. Nem muito derrotado, nem tão utópico.
Arnaldo Jabor disse numa entrevista que "a realidade se tornou mais inverossímel que a própria ficção". Concordaria, se a realidade não fosse pessoal e intransferível. Só não ouse gritar, porque aí a realidade se torna social e, acredite, se torna tão mais sem graça que não quererás deixar de ser sonhador. Sendo assim, acabou-se o equilíbrio. E volta tudo ao irreal real demais que estamos cansados de saber como é.

quarta-feira, agosto 23, 2006

As tardes prenhes

Queria uma pessegueira bem bruta e imponente. E que a sombra desse abrigo fosse amiga minha pela toda tarde triste. É porque todas as tardes são tristes.
Almoço atrasado. Horário eleitoral. Depois o descanso, o descanso de mais um bocado, a visita habitual no orkut, e quando vejo já não vejo. Fim da tarde, prenhe e triste. Prenhe pelo simples fato de ser tarde, mãe dos desolados desocupados; e quando se é tarde, mesmo nunca sendo tarde, é tarde. E assim sendo, é triste.
Com isso e por isso e nisso eu quero uma pessegueira. Nesse mundo corrido tudo é desmundo, sujismundo. Antes comendo manga(aquela mesma que se metia ora açucarada ora amarga), eu desejo pêssegos. São mais suaves, mais raros e desfaz a merda triste.
Digo merda porque não consigo avançar nos palavrões no meio dessa tarde prenhe e triste. E nem grudar qualquer sentido a isso.
Prenhe e triste...triste...
Até a noite.

sábado, agosto 19, 2006

No popular

Deus entende?

Diga-se do povo, o brasileiro.
Diga-se de Deus, Ele mesmo.
A voz do povo é a voz de Deus.
O povo não sabe falar, quanto mais votar.
Logo, Deus não é tão...

Nem sempre a sabedoria popular tem razão. Mas como comigo é no popular um punhado de sal debaixo da língua resolve.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Palpite sobre o incerto

Acertei nos palpites de ontem. Empate! Mas não pense que eu entendo de futebol. Esse esporte é tão imprevisível quanto todo o resto do que está pensando agora. O hezbolah pode decidir atacar agora. O dia ensolarado pode ter chuva no fim da tarde. Como um gol injusto pode surgir um alento no meio de qualquer guerra. Um alento.
Em suma maioria as coisas acontecem por que devem assim ser, mesmo que seja surpreendente. São esquinas onde não se sabe o que há a frente que despertam o medo e a coragem. Os medrosos deixam alguém ir adiante. Os corajosos, já se sabe. Mas pode o corajoso ganhar a descoberta de uma riqueza ao dobrar a esquina ou pode morrer com o desconhecimento do perigo. O covarde pode se poupar do risco ou pode ter perdido a chance de virar um rico corajoso.
O inesperado, infortúnio, surpreendente, é que dá o sabor. Quem diria que Heloísa Helena incomodaria tanto os caciques da política? A expulsão que quase feriu o Inter ontem, quem diria?
De certo mesmo, só que tudo é incerto.

[Ps: Luiz Roberto e Sérgio Noronha falam a palavra evidentemente até pra se despedir. Irritante!]

quarta-feira, agosto 16, 2006

Dia gaúcho

São 18:33 e por despropósito não vi e não sei o resultado do jogo de estréia do Dunga(gaúcho) com cara de Parreira no comando da seleção brasileira de futebol, assim como não dirá nada se o time jogou bem ou mal. Vamos ver sim, no próximo Brasil e Argentina (que por sua vez passa por uma situação meio complicada com a renovação).
De bom mesmo é a final da Libertadores. Não sou Mãe Dinah, então falo depois do resultado. E ainda me perguntaram se verei o jogo do Flamengo que (dizem) passará na Record. Dá-lhe gauchês no jogo com o Inter e depois com a minissérie da casa das sete mulheres que tem oito.
Será que o São Paulo vai usar a arma mais natural quando se trata de confronto contra o povo la debaixo, com o perdão do trocadilho. É só aparecer bem "armado" que os gaúchos mostram a principal virtude: a boiolagem, tchê.
Mas o jogo será duro. Bambis não fariam isso. Vai dar empate!

terça-feira, agosto 15, 2006

Caneladas

Por breve que seja não fujo da idéia mais óbvia que dá título a este blog: futebol.
  • Copa do Brasil não serve de base para times extraordinários. Mas, créditos ao time arrumadinho e esforçado do Flamengo.
  • O Fluminense deve se decidir se quer ser uma empresa de marketing ou clube de futebol.
  • Este campeonato brasileiro é tão broxante. É um time jogando nada ali, outro jogando coisa alguma acolá.
  • É bem triste perceber que as vendas sem critério continuam: Jônatas (razoável) já se despediu; Morais (inconstante) nao desfilará por muito por aqui; Ricardo Oliveira; Marcelo (flu); Wagner (Cruzeiro), Maicossuel (Paraná). Chorar por falta de ganhos em cima de Adriano, Deco, Ronaldo Gaúcho não trará dinheiro aos pobres cofres e parece não dar lição alguma para o futuro.
  • Nem argentino brilho este ano.
  • Cariocas nas últimas posições, como de costume.
  • O provável campeão sairá entre São Paulo, Cruzeiro, Internacional e Grêmio.

Num todo, idolatro a fidelidade dos torcedores ainda crentes no futebol. Palmas!

segunda-feira, agosto 14, 2006

Real noção de votar

Nascemos bons, sim, independentemente da categoria do berço. Nascemos bons e o resto é que nos molda. Políticos nascem maus, e são moldados para serem cada dia piores até provarem que são bons. E é essa coisa que nos faz repudiar a política. E se soubéssemos o tanto de coisas que são atreladas a isso não destrataríamos por preconceito infantil. Política é como a matemática colegial, como a vitamina da infância, coisas chatas e necessárias. Ao contrário do que todos crêem, a política se faz desde sempre e dela ninguém foge, e longe dela ninguém vive.Respeita-se a opção de um cidadão em ser apolitico. Se não há jeito, respeite. O desrespeitoso é a ignorância esta que faz do voto artifício de benefícios próprios. A ignorância não está em quem não sabe, não está no analfabeto, mas sim naqueles que são ignorantes por opção. Lembre-se de que não escolher já é uma escolha.A coisa é tão mais simples que política pode ser chamada de arte. Controlar desavenças com vizinhos, arrumar um time de futebol, negociar convidados para uma festa, comprar, vender, ou seja, a política está em todos os cantos, desde sempre.São tantas coisas ruins, e nós pagamos tudo. Foi a ditadura, tempos difíceis. Foi a democracia nada democrática pós-ditadura que controlava preços, que abafava informações, que até hoje põe rédeas nos brasileirinhos filhos da era da tevê que por sua vez cria os personagens para consumo desse ódio popular. Não acredite que os escândalos conhecidos são os piores. Acredite sim, que são oportunos criados a cada momento para vender notícias e alimentar o descontentamento. Se apenas reclamar mudasse algo seríamos o melhor país do mundo. E não somos. Defendo mudanças através do voto, mesmo que vá de encontro a idéia de democracia ao votarmos em meia dúzia de rostos que se julgam a cada eleição serem os melhores. Se elegem, nada muda e depois voltam prometendo mais.Mudar, ao contrário do que os sonhadores julgam, não é fácil e simples. Começar é. Votar e cobrar é. Promessas de campanha são documentos. Voto é arma. Mesmo que este ano a porcentagem de eleitores jovens entre 16 e 18 anos(idade em que o voto é facultativo) tenha subido de 3% da última eleição para 10% nesta, ainda crê-se que é pouco. Mas é belo.Política é arte. É a arte de quem deixa de lado o egoísmo para viver em sociedade. Segundo um célebre pensador, política é plantar uma árvore com 80 anos de idade mesmo sabendo que nunca poderá se aproveitar da sombra dela.
Vote, plante.
O futuro nos reserva a cadeira de heróis.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Vovó já dizia...

Tenho orgulho de ter a mulher mais sábia que pude conhecer, como minha avó.
Um dia fui comer manga com leite. Vovó já dizia...

Já ouvi também que "se um camaleão te morder, beba água antes que ele beba senão você morre." Mas, como assim? Eu me pergunto.

Sensacional era ouvir "não deixe o chinelo virado senão sua mãe morre."
Até hoje não consegui relacionar mamãe com o chinelo. Pé? Cheiro?

Até hoje levo esporro porque "fiquei gripado por causa da garoa".
Mas gripe não é virus?

"Se varrer o pé não casa mais".
É verdade. Vassoura, casamento, tudo haver. Inclusive mandei queimarem as vassouras do mundo. Viva o casório.

"Quebrar espelho dá 7 anos de azar". Porque sete?
Ainda estou analisando essa.

Um dia ouvi que "se andar de costas minha mãe morre".
Ô coitada. E se andar de lado? Agoniza? Ó paciência.

"Noivo não pode ver a noiva antes do casamento que dá azar".
É pra não desistir? Pra não se desesperar?

"Contar estrelas dá rugas".
E eu contava até duas porque achava que o "ser regulador" disso seria tolerante com quem contasse tão pouquinho.

"Quando o marido tem dor de dente, sem razão de ser, é porque a mulher está grávida".
Vai nascer o quê? O nome da filha será Cárie?


"Criança que brinca com fogo à noite, faz xixi na cama".
É, realmente fogo tem muito haver com água. As vezes até bebo fogo e queimo com água.

"Menino que passar por debaixo do arco-íris vira mulher e menina vira homem".
Essa foi horrível. Vai ver daí vem a bandeira do homossexualismo.

"Passar em baixo de escadas dá azar".
Siiim. Lá no mundo das escadas, passar por cima de gente também dá azar.

"Deve-se dar três pancadinhas na madeira quando uma pessoa roga praga".
Voce não sabia que a madeira absorve?

"Moça, que come em panela não casa".
Sensacional!

"Não saltar por cima das crianças senão elas não crescerão".
Eu me sentia até mal se alguém pulasse por cima de mim e não "despulasse". Dava até briga.

Vovó já dizia...

As maiores confusões da história aconteceram porque certas coisas foram levadas demais a sério.

Pau que nasce torto nunca se endireita...

quarta-feira, agosto 09, 2006

Naturalmente difarçado

"Me lembre de falar daquilo, não posso esquecer. Quando chegar na frente dele eu tenho que me comportar como um gentleman. E quando eu sair com os amigos não posso demonstrar meu gosto por poesia, eles não entenderão. Por enquanto, são essas as impressões que devo passar."
E essa pessoa não está incluída no grupo dos falsos entre nós. São pessoas normais que habitam qualquer nicho do nosso viver. Está ali no rapaz que sonha em silêncio ser padre, na menina que quer jogar futebol profissionalmente e na curvatura forçada de índole em cada um. A naturalidade não parece existir. Eu mesmo, confesso, por muitas vezes me pinto de borrado pra não parecer certo demais. É natural não ser sempre natural. Isso não existe.
Estamos sob a batuta de regras cruéis onde o preconceito esbarra na parece invisível do "não é comigo mesmo". Até escrevendo com infidelidade semanal, pois demoro e sou desorganizado. E, pela formalidade engano com pinta de culto.
Existem pessoas que destoam da verdade que são, e conseguem crer que são o que tentam parecer. Mas nessa coisa de parecer ou simpático, ou culto, ou inocente, ou competente esquecemos que nenhum disfarce dura eternamente.
Os rostos andam como políticos, bem vestidos a procura de boa imagem. Mas nenhuma imagem sobrevive à paisagem da alma.
Não fui natural, mas essa já é uma outra história.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Envelhecemos nos tornando ignorantes

Ao passo que o mundo envelhece a ignorância cresce. Efeito bem
controverso ao da vida, que despista a elegância da beleza dos
rostos e corpos para embelezar a alma, tornando-a sábia. O mundo,
o Brasil principalmente, anda a passos largos rumo ao degresso.Não precisa-se ir longe para entender. A fotografia roubava almas;
"éramos" todos concordantes com o escravismo; a maioria condenava
tantas coisas que hoje são absurdas; a ditadura esteve por esses
lados e traz seqüelas até este século corrente.Na história jovens russos morreram pela revolução, os franceses,
idem. Grandes personagens históricos foram jovens com ideais.
Fomos "caras-pintadas", e só. Falta ideologia pros jovens.Lutar contra o quê? Não há guerra iminente, pelo menos para o
Brasil. Mas riem da nossa dignidade os "sanguessugas", "mensalões"
e "pizzas" Brasil afora, ou a dentro. Dentro da ferida de sermos,
a cada dia, ignorantes.A Era da internet tão aclamada das idéias difundidas com
velocidade relâmpago. No entanto, idéias tão banais.Jovens, não reclame da falta de ideologias. Quem as escondeu atrás
do pano sujo do progresso mal sabe que eles ainda são fortes. Basta toma-la para viver.