sexta-feira, maio 13, 2011

Tem um meridiano que passa lá em casa

Afinal de contas, foi de um perfume que gruda a culpa por isso tudo. Mania de delegado, afinal, de procurar culpado achando que tudo é crime. Ou mania de matemático prático de pôr lógica em todo drama. Nem todo dramaturgo mata alguém no fim de suas histórias. Nem todo ator está mentindo quando beija o sapo ou quando chora engraçado. Com licença mas pus a culpa no perfume.
Boca grande, lisa, macia, musse, rosada, vermelha, de revista, sem revista alguma, sem suspeito, com denúncia, com crime, com absurdos, com o absurdo de se gostar conhecendo tão pouco e tampouco importava ser longe, perto, de avião, de carroça. Começou teimoso e não ia mais terminar. Me cutucaram um mês depois. Eu aqui e ela lá. Seria mais fácil jogar uma âncora pra trazer o barco pra perto do litoral. Seria mais fácil amarrar litoral carioca com interior paranaense. Eu que sou viciado em mapas reparei que só que jogaram as linhas erradas e perdidas. É um tal de trópico pra lá, meridiano pra cá. Fui ver e o trópico pode ligar Santiago no Chile a São Paulo, na direção horizontal. Eu quero subir e descer. Que ela escale então um meridiano ou que eu faça rapel numa linha dessas. Uma linha que me dividiu bem ao meio entre o mar vivo e o mar Morto, entre nomes bíblicos e outros mundanos, entre Jude dos Beattles ou Lacraia do funk. Era uma linha fácil de achar e que me dividiu em duas partes: a que quer de novo esse beijo e a que quer o beijo, o abraço, as risadas... E, só pra avisar, menina, tem um meridiano que passa lá em casa, te deixa na porta. É só bater e ficar a vontade.

Um comentário:

carolbardi@hotmail.com disse...

Subtil e inteligente. Romântico e dramático. Bom humor e poesia. É seu, é você. E tudo em sua vida é uma inspiração. E você é a minha. Estou inspirada pela sua felicidade. Te amo, beijos da mana.