Tá aí uma coisa a não ser entendida. Tem gente que mistura suco de manga e coca-cola não por dúvida mas por insatisfação com um ou outro somente. Os casais andam nessa coisa estranha de insatisfação passiva. Vovó dizia que em tempos de vacas tão magras (e ela não se referia a nada vulgar) ninguém troca o certo pelo duvidoso. Mesmo porque o certo, nesse caso, nem é tão certo assim. E o duvidoso, nesse caso também, é sinonimo de risco. O risco é a aventura, é a busca pelo que se quer mesmo que difícil, é a novela na vida, é a vida no filme, é o livro ao vivo.
A semifelicidade é invenção nova. Se isso vira moda o político seria semiladrão, semiperdoado; Jorge seria semisanto; o Rio de Janeiro seria semilindo; e eu, porque nao, seria semideus? Cada semi no seu lugar. Semi-final em Copa do Mundo e só.
Se o sufixo for mais utilizado seus parentes reinvidicarão participação nos lucros. Daí será um tal de sub, quase e por aí vai.
Casais semifelizes poderão ter semihistórias, semimúsicas, semiamor. É como se bola na trave fosse gol. É contentar-se com metade, com pouco. É pouco. Muito pouco. Pra quem é de plenitude semifelicidade é igual completa infelicidade. Não vim aqui ser semifeliz. Não vim passar frio no peito. O frio é na barriga.
2 comentários:
Ainda bem que não somos feitos de metades. Que besteira essa poupança de plenitude. Anda meio mundo no quase e outro meio insistindo no desafio de ser, fazer e dar tudo o que pode, tudo o que é. Eu também não vim aqui para ser semifeliz.
Sou feliz por inteiro por ser sua irmã. Parabéns por mais um texto. Melhor: parabéns pelo coração de risco. Te amo
Adorei Thi
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