Cinema, cinema, cinema. Era o filme da nova queridinha da América. História de uma bailarina que vivia na cidade da música encantada, cantava, dançava, conheceu um homem mais velho que, por sua vez, vivia na cidade inimiga, a cidade silente. Se organiza aí, leitor. Duas cidades: a Cidade da Música Encantada e a Cidade Silente. Qual o melhor lugar? Aí que se questiona o filme. Acreditava a menina do ballet não poder conquistar o seu príncipe por se considerar feia, estabanada e ser de uma cidade diferente (sim, no filme a metáfora das cidades que não se relacionam por detrimento de pensamentos, como se a música fosse a antítese do silêncio, é magnífica). Uma história da mesma fábula de sempre com personagens diferentes.
Faziam, sei lá, uns três anos que não a via. Mora perto, mas tão perto, que chega a ser um absurdo cinematográfico e/ou novelesco que não nos esbarremos ao menos umas vezes nessa meia vida. A meia vida que se deu nesse meio tempo é meio estranha, meio cínica e inteiramente magoada.
Na fila da pipoca meu celular tocou (lê-se, vibrou). Um número que não conheço. Conhecia mesmo era o meu amigo, atendente da coisa lá que vendia pipoca e que me fez interromper logo após o primeiro toque a tentativa de retornar a ligaçao ao número distinto. Leitor, eu não sei que nome se dá às lojas que vendem pipoca nos cinemas mas sei o nome do amigo. O nome? Não é relevante. Tudo bem. Entrei no cinema.
Enquanto a bailarina escrevia sua historia na telona eu, em desacordo com o senso de ridículo, chorava a cada passo naquela sala escura e vazia. A bailarina torceu o tornozelo quando se tornaria a bailarina principal da compania. Infortúnios na hora errada. Foi para casa. Os pais a condenaram. Que condenação injusta não é digna de pena? A pena foi a expulsão da cidade da música e marginalização, em silencio, claro, na cidade silente. Quando foi auxiliada em meio a uma grande chuva pelo bombeiro caladão interpretado por Johnny Depp (vencedor do Oscar daquele ano) meu celular tocou novamente. Quando tentei retornar a bateria acabou. E era apenas metade do filme. A mocinha ainda se esperniava entre amar e não poder falar, literalmente. Parecia que ela dizia e não a escutavam. Reza a lenda que é oriunda da enorme facilidade de comunicação o prazer e a eficácia das expressões corporais e olhares nos primeiros contados das relações.
Hoje em dia sem celular não se pode nem ver um filme em paz. Boa hora para a bateria acabar.
9 comentários:
Pq q celular nunca coopera? rs
Ótima história.
Tô anciosa pela continuação...
Beijos
Das metades é que se faz o inteiro, né? [risos]
Celular precisa de duas metades pra se fazer útil. E de uma só pra se fazer inútil. [risos]
Beijos.
E eu quase chorei imaginando cada cena do filme, principalmente a parte em que a bailrina torce o tornozelo...
Quero a continuação e quase posso aceditar, que um fim, próximo, não vai ter...
Que saudades dos seu textos! =)
Beijo
Eu sabia que teria uma ótima história... Imaginei cada detalhe, da história e de você escrevendo... Quanto orgulho meu irmão! Quanta saudade... Eu te amo! E espero a continuação da história.
Fala, Jorge!
Nem sabia que tinha blog, cara.
Abraçao.
Só vc pra ter essas idéias..
Nossa incrível..rs
Beijos Thi..
Saudade
Quando teremos a continuação?
Johnny Depp? Muito legal!
rsrs
Beijos
O pior é que ligam sempre na hora errada. Mas eu não atendo não.
Abração!!
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