sexta-feira, setembro 18, 2009

Marcone

Resolvi fazer. Saí de casa assim que ele foi buscar o carro no mecânico com aquele velho problema de suspensão traseira. A suspensão do Rodrigo também andava devendo. E por tanta falta de animação eu o suspendi por uma semana. Claro, sexo não é a rotina de entrar e sair de um quarto. Suspenso, desde então. Mas hoje termina o castigo. E ele foi buscar o nosso querido mulinha para fazermos algo diferente: Motel. Oras, não preciso comentar a surpresa que é isso.
O Rodrigo é um bom namorado. Eu confesso que também sou boa namorada. Eu sou só dele. O ruim é ele saber disso. Quando um homem tem essa certeza é o início do fim. Por isso fui na floricultura e comprei lindas rosas vermelhas. Marquei para a meia hora seguinte.
Rodrigo trouxe a mulinha para o nosso evento tão aguardado. A buzina não funcionava. Mas nem era preciso. O ronco do motor já avisava da esquina a presença.
Entrou em casa, falou umas conversas meio surdas que eu só concordava fingindo entender. A campainha tocou. Pedi que atendesse, claro. E trouxe o buquê. Entregou-me e caminhou para o banho. Achei que o mundo havia acabado com a falta de reação.
- Que porra é essa? Quem é Marcone?

E tivemos a melhor noite de amor de nossas vidas. Engravidei.

3 comentários:

Anônimo disse...

Entendo que a cena seja cotidiana, mas me irrita profundamente esta postura feminina, essa necessidade do ciúmes. Acho que tem mais a ver com o ego delas do que com algum sentimento de ameaça.
Enfim. Deixa para lá. Texto perfeito, as usual...
abraço!

carolbardi@hotmail.com disse...

"Essa necessidade de ciúme" só existe quando a segurança alheia vira falta de atenção ou indiferença. Está provado que funciona. Os homens precisam sempre de algum estímulo a mais. :P

Mano, gostei muito. Até que enfim voltou a escrever, rs. Saudades dos seus textos. Saudades imensas de você. Te amo

Leticia disse...

É o inicio do fim. Se ele deixar o cuidado do inicio por autoconfiança demais, é sim. Ninguém aguenta indiferença. Beijos!