quarta-feira, outubro 25, 2006

Voto nulo ou consciente?

A um tempo atrás escrevi sobre voto nulo e suponho não ter sido claro. Nem
defendi quanto não queria, nem ataquei o quanto podia. Mas ainda fica uma
intimidação mesclada com preconceito quando se trata de votar nulo.
- Em
quem irá votar? No candidato populista-barato ou no falso paizão dos ricos?
- Voto nulo!

(Momento de revolta generalizada)

Afinal, o voto nulo é atestado de covardia?

Não, justamente por um simples argumento. O voto é um direito cívico valioso no qual se escolhe um candidato a um cargo de importância para a sociedade. E se eu não quiser votar em determinado candidato por este soar falso e sem fundamentos? E
se eu não quiser votar no segundo por não concordar com a maneira absurda de não responder perguntas e de fazer populismos superficiais? E se eu não tiver sequer um candidato? Tenho direito sim de votar nulo. Sei muito bem que o Nulo não sobe a rampa do Planalto mas o direito à uma escolha consciente me permite isto.
Está não é uma campanha para anulação de voto mas sim pela consciência. Não concordo em escolher entre dois candidatos que se sentem numa mesa redonda de acusações e ironias esdrúxulas. Não aceito escolher entre um candidato dos ricos e outro dos pobres. Entre um e outro eu vou votar com uma mão no teclado e a
outra no nariz.

Um comentário:

Paulo Fernando disse...

Não escolher é, também, escolher algo. Quando vc vota nulo, vc vota em si mesmo. "Eu não voto em fulano de tal porque ele é desonesto", gritou a platéia. O voto não votado é o voto no não candidato. Muitos que anulam seus votos, fazem isso porque acreditam na possibilidade de um outro nome. O voto nulo, às vezes, tem endereço: é o político honesto que ainda não existe; É o amor platônico do eleitor pelo seu candidato que ainda vai nascer.

Votar nulo é votar! Democracia é isso...