Foi quando eu senti o clima meio diferente. Meio, não. Totalmente diferente. Sabe aqueles dias em que as sensações parecem incomum com tudo que já foi vivido? Foi um dia assim. E eu tremi e disfarcei. Ela reparou. Não notei, pela primeira vez nela, nervosismo. Veio até mim.
- Nossa! Quanto tempo, não?
- Oi, morena. Põe é tempo nisso. Desde...
- Fazem onze anos. E você sempre ruim com datas.
- E você sempre deslumbrante com as datas.
- Com as datas?
- Tire as datas da frase.
- Roberval, Roberval.
- Como começou?
- Com um desespero quando daquele incêndio na estação das barcas.
- E como continuou?
- Não nos vimos mais. Um beijo, uma noite terminada no Motel e nada mais.
- E como fica?
- Como fica?
- Eu não esqueci de você, morena. Vamos ficar juntos.
Um ladrão nato sabe a hora do assalto. Roubei mesmo um beijo. A polícia e a ética. Tudo chegou ao mesmo tempo. Acho que foi uma duração incontável. Milésimos de segundo. Reação súbita.
- Seu idiota!
- Mas...
Um tapa na cara igualzinho quando nos conhecemos no incêndio na estação das barcas.
6 comentários:
Tapa na cara nem sempre é ruim.
Como no texto, serviu pra tornar mais um dia inesquecivel.
Reação ruim por impulso pode não ser assim tão mal...pelo contrario.
Beijos!
má*
E esse me lembrou Verissimo... rs
Beijo
Certas coisas nunca mudam, não é mesmo?
Beijos.
adoro seus contos! =)
bjo
"Como fica?"
Ficou!!!
Marcou de lá e de acolá.
Quites. Mas, quem saiu perdendo, hein?![risos]
Beijos, lindeza.
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