quarta-feira, agosto 09, 2006

Naturalmente difarçado

"Me lembre de falar daquilo, não posso esquecer. Quando chegar na frente dele eu tenho que me comportar como um gentleman. E quando eu sair com os amigos não posso demonstrar meu gosto por poesia, eles não entenderão. Por enquanto, são essas as impressões que devo passar."
E essa pessoa não está incluída no grupo dos falsos entre nós. São pessoas normais que habitam qualquer nicho do nosso viver. Está ali no rapaz que sonha em silêncio ser padre, na menina que quer jogar futebol profissionalmente e na curvatura forçada de índole em cada um. A naturalidade não parece existir. Eu mesmo, confesso, por muitas vezes me pinto de borrado pra não parecer certo demais. É natural não ser sempre natural. Isso não existe.
Estamos sob a batuta de regras cruéis onde o preconceito esbarra na parece invisível do "não é comigo mesmo". Até escrevendo com infidelidade semanal, pois demoro e sou desorganizado. E, pela formalidade engano com pinta de culto.
Existem pessoas que destoam da verdade que são, e conseguem crer que são o que tentam parecer. Mas nessa coisa de parecer ou simpático, ou culto, ou inocente, ou competente esquecemos que nenhum disfarce dura eternamente.
Os rostos andam como políticos, bem vestidos a procura de boa imagem. Mas nenhuma imagem sobrevive à paisagem da alma.
Não fui natural, mas essa já é uma outra história.

Um comentário:

Anônimo disse...

confesso...n li o mais recente...sobre polítik...mas li esse =)
gostei mt =DD
xaudadessss
ter um amigo poeta...fala seriow...isso n eh pra qlqr um n, rs*