sexta-feira, novembro 13, 2009
A noite sádica
Vivo uma simetria amorosa e tolerante de raiva e paz totalmente combinativas e similares. Mas é quando eu durmo que a similaridade se dispersa. É quando as contas tentam sempre se acertar. A noite é sádica. Vem prestar o deserviço irracional. O dia pode evoluir em uma normalidade canadense. A noite sempre vem cobrar a verdade. É à noite que as verdades aparecem. É quando a gente dorme que essas coisas aparecem e nos mostram o quanto somos vulgares, horrendos e covardes. Nessas horas a razão vai dormir na sala. A emoção vem me cobrar as coisas que não fiz, vem cobrar a ausência das coisas que realmente quero e não as que realmente devo. Devia nunca mais dormir. Mas quando acordo é que a razão amanhece ao pé da minha cama distribuindo horários, afazeres e outras funções do dia invariavelmente despretencioso, estúpido e silencioso.
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3 comentários:
Muito bom.
Sinto isso também. Muitas vezes. Mas jamais conseguiria fazer parecer tão poético, tão enfeitado e ao mesmo tempo tão real e absoluto.
Estou contigo, ta vendo? Além de tudo isso, a noite também traz sonhos que esperam para acontecer rápido e que nunca perdem a esperança. Te amo!
Tenho apreciado seus escritos e me identificado com eles.
Menino talentoso você, e que diz umas verdades nas quais a gente prefere não pensar...
Parabéns mais uma vez.
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