domingo, maio 23, 2010

E se eu te oferecesse um tapa?

- Você sempre aceita tudo que ofereço? - perguntou Camila.
- Acho que sim.
O que ela quis com essa pergunta? Eu realmente não sei.
- Porque? - insistiu.
O vento ficou surpreso. Até o gatinho Memeu saiu de fininho.
- Porque...sei lá porque.
- Responde.
Olhei intensamente naquela bolinha preta dentro dos olhos cor de caramelo dela. Olhei pros lábios finos, como ligeiros rabiscos na hora de finalizar uma grande obra. Minha boca secou.
- Acho que é porque ainda não houve alguma coisa que eu pudesse negar.
- E se eu te oferecesse bosta?
- Eu negaria.
- Bom. E se eu te oferecesse um tapa?
- Eu teria que ter feito algo pra isso.
- Então faça. - disse ela ajeitando o corpo para receber algo qualquer que seja.
Eu queria ou não fazer valer um tapa? Demorei. Não conseguia pensar. Ela me daria um tapa se eu roubasse um beijo. E talvez nem me considerasse mais.
- Então faça, cara.
- Tem certeza? - emendei amedrontado.
Ela parou. Fuzilou com o caramelo dos olhos. Me melou. Escorreu um veneno em mim. Era o alcool procurando a combustão. Riu-se de canto de boca, olhou para minha boca, pôs a mão direita esfregando a nuca e os cabelos absurdamente lisos:
- Vai fugir do meu desafio? Anda! Faça algo para merecer um bom tapa.
Cheguei mais perto. Respirei fundo como se fosse mergulhar em um mar escuro e gelado.
- Espero que valha um tapa.
Passei a mão na...
- Puta que o pariu. Isso? Mão na perna?
- Voce é muito fraco.
Eu sorri. Adorava entortar a primeira impressão.
Peguei-a pela blusa. Rasguei num movimento só e tão facilmente que nem sei como. Com o braço direito puxei-a, pus o antebraço bem naquela curva da coluna perto do baço, antes da bunda. Ela tinha covinhas.
- Uu... - gemeu ela.
Um beijo interminável. Ambos ofegávamos desesperados. Era um prato quente esperando pra ser degustado. Não podíamos deixar esfriar. Camila abriu o zíper da minha calça que caiu na hora e correu pra abrir a dela que reclamou pra descer. Pulou em cima de mim. Pus a perna direita em cima da cadeira. As pernas dela enlaçavam a minha cintura. Mordeu meu pescoço. Mordi o bico do seio. Ela tremeu e começou a gemer mais. Rebolava com o meu dentro dela. Rebolava ritmada e felina. Tentou me arranhar. Juntei os dois braços atrás das costas dela e segurei com apenas uma mão. Ela continuou rebolando de um lado pro outro, de cima pra baixo. E eu fazia os mesmos movimentos, só que mais violentamente. Estávamos já suados. E tudo se misturava. Pés nas pernas, coxas nas coxas, mão na bunda, mão no meio da bunda dela, um dedo só, aquele som de pele com pele, barriga com barriga, peito com peito, com ombro, com boca, com língua, com dedos. Ela já gritava. Eu também. Até que ela começou a tremer, gritar descontrolada e diminuir os batimentos, os movimentos e abriu os olhos bem lentamente.
- Acho que sim. - disse ela.
- O que?
Ela desceu e eu ganhei um forte e merecedor tapa na cara.

3 comentários:

Roberta disse...

Thii!
Adorei o final haha
Fiquei esperando que ela ia dizer que ele não merecia, enfim =P

Eu,Pamela Gama. disse...

uuuuui.

Bianca Senna disse...

Arraou metidão que nem me responde no twitter rs !