domingo, julho 29, 2007

Naturale

Vou deixar fluir. Vivendo sob distribuição de migalhas ao chão. O que quer que seja não será tão intenso. A plenitude não me abraça mais. E vou seguindo.
Tive que saltar do ônibus num ponto diferente. Era chuva. O asfalto brilhava enxarcado refletindo a luz dos postes de energia. Era a mesma caminhada rotineira de um ano atrás. Aquelas avenidas, passarelas, os cantos do chão que eu conhecia e tinha prazer de ter reconhecido ontem me remetem às memórias mais felizes. Fato que me deixa triste. Nada volta a não ser que eu morra congelado preservando os sonhos vividos, esquecendo o tempo que tenho para criar outros novos e possivelmente melhores sonhos.
Ouvia Vanessa da Matta e sua nova canção aos ouvidos naquele que chamo de "egoísta", o fone de ouvido. Já reparou quantos "egoístas" existem? Velhos, novos, pobres e qualquer outra distinção. Todos andam egoístas com seus fones ao ouvido. Eu sou um. Talvez me escondendo do resto. Minha música, só minha.Reparei no frio. Chuva fina, fina tristeza. Meu amigo, era tempestade dentro de mim. Não é certo sentir falta de quem se foi.
Então continuei despejando migalhas ao chão. Migalhas, ao contrário do que parece, não é sinônimo de esmola. Migalhas os pombos adoram. Esmola Skank adora. Esmola o país inteiro odeia. Sente o paradoxo? E continuei nas migalhas.Não reparei que estava me escondendo. Nem reparei que tinha deixado rastro. Quando se deixa migalhas não há surpreensas quando o povo aparece.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não aceito migalhas...nem esmolas..... nem pedaços espalhados...
quero inteiros...

Beijos

Bárbara Lemos disse...

Depende de quem se interessa por tais migalhas, se fores tu mesmo, é até interessante... uma volta ao que foste um dia, algo assim.
Ah, "surpreensas" seria supresas, né?

Bisous, moço.

Carmim disse...

Ultimamente ando com raiva da palavra migalhas, acho que cansei de migalhas, de deixar sinais insanos na esperança de que alguém repare...
Chega um dia em que precisamos do pão inteiro, pensar em nós e esquecer o resto do mundo..
Beijinhos.

mila. disse...

dependendo da época, todo muito aceita migalhas.
sentiu a ironia? =X

mas tem uma época, que a gente quer mesmo é o "pão inteiro" como disseram aí em cima... e não é mau ser tão egoísta assim é?

valeu pelo comentário mais que poético lá no meu blog.
beijo moço ;*