segunda-feira, outubro 01, 2007

Primeiro Encontro (Continuação)

A visão turva começa a clarear. Me sinto leve. A vida pudera assim ter sentido. Seria precipitado chamá-la de mulher de minha vida? O amor permite exageros. Seria amor? Mais um exagero então. São as nuvens de maio tocando o outono com frutas suaves. São dez horas matinais. É cedo. Podia dormir mais, esticar o sonho bom. Abro os braços espaçados no momento mais confortante da minha cama. Ela não está. Como surpreendera antes, devia preparar o café. Sinto até um aroma diferente. Fervente, indigente.
Nossa! Que bagunça belíssima. Olhe ali minha blusa branca toda amarrotada como a minha cara, coisa falha essa barba. São sapatos, chinelos, meias, lençóis, até um botão perdido da camisa ali notei. O bom desse momento é achar tudo belo. Dizem que o homem não telefona ao dia seguinte. Eu juro que telefonaria se não estivesse aqui tão perto dela. Ainda sinto o cheiro. Sabe a cor do metal quando em fogarél? Aquele avermelhado vivo. É assim. Sou um metal, perdoa ser leigo em química, absurdamente evaporando, liquefazendo, derretendo, amando.
Uma boa idéia. Uma surpresa. Mandarei entregar flores em minha casa o quanto antes. Violetas para ela. Morena meio branca esculpiu em mim os pecados mais virtuosos. Bombons, cravos, doces. Ventilador quebrou, o filme nem acabou e o beijo na boca fora apenas a primeira parte do corpo em que as bocas tocaram. Vou buscá-la.
Sorrateiramente. Assim mesmo. Planando a favor do silêncio. Banheiro, corredor, escadas, varanda, espelho. Estou demarcado. Um arranhão delineado sob o cóccix. A tundra de mim deve estar com o odor dela. Temos provas. Cozinha. Deverá estar lá.
- Sofie? Sofie? Não se esconda. Sofie?
Cozinha arrumada. Sala, só pode. Nada dela. Deserto.
- Sofie? Não se esconda.
Noto algo diferente. Um bilhete amarelado dependurado à porta. Peguei-o.
- Ah Sofie.
Dobrado na palma da mão, estudei seu cheiro ao longe, corri os dedos pelas esquinas da folha. Um papel como lembrança. Foi-se. Ao menos sem dar adeus.Queimei o papel. Me arrependerei, sei, melhor assim.
- Ah. Sofie.

11 comentários:

Anônimo disse...

Uau......................!
Juro, fantástico!
Acho q me deixou de boca aberta...!
Sem contar os arrepios! rs
Espero que ela volte...
Diz que terá ainda uma continuação?!
Beijooos! :D

Ly disse...

Thiiiiiiiiiii, vc tá escrevendo muiiiiito, quero mais, mais e maissssssssssss.......

Talvez queimar o papel não traga a arrependimento mas a possibilidade de fazer de novo em outras perspectivas.

beijocas

super semana

Ly

Anônimo disse...

Thiiiii
como assim?
To ADORANDOOOOOOOOOOOOO!
mto boa essa continuaçãoo
temos q conversar sobre ela.heheh
beijossssssssssssss meu escritor favorito.. hehe

dän disse...

fico INSPIRADA quando venho aqui! lalala..

Anônimo disse...

uau!!!

vc tá cumplice das letras.

beijo

Mundinho das Garotinhas disse...

Ameiiiiii isso aki!!
Magnificooooo
Bom...mas nem eh de se admirar neh...vindo do Thiago Kuerques...hohoho
Ela volta????
Espero q sim...

Ahhhhh atualizei lah...enfim...rs*

Bjooo

Bárbara Lemos disse...

É sempre melhor assim.. o difícil é fazer o que é melhor. Pelo menos pra mim.

Moço, o link do teu blog está certinho... não tem nada errado não.

E, ah, estamos te esperando no onabru. Esquece não, ta?

Beijo meu.

Carmim disse...

Esta história do encontro está ficando muito boa!!
Deliciando-me cada vez mais com as tuas histórias.

Um beijo.

Letícia disse...

E está siiim
cada vez melhor!

AAah
e vale dizer
que a minha filha se chamará Sophia!
=P

Beijos!

Roberta disse...

Deus abençõe você e essa sua inspiração que me deixa boquiaberta toda vez que venho aqui! rs

:*

Unknown disse...

eh cunhado
admito..
vc realmeten ta ficando bom nisso
ahahahahahahahahahaha
adorei o nome.
sofieeee
e tinha q ser a cozinha/?
hahaahhahaahahahahahahhahah
eh....
cozinha...
nd como ser conquistado pelo estomago,rs
beijuuuuuuuuuuus