domingo, abril 12, 2009

Os dedos na memória

Fez cócegas no baço dela com a ponta do dedo mindinho da mão direita. Fechando os olhos peguei o mesmo dedo mindinho e dediquei à memória. Um dia a única coisa que lembrava foi de uma menina de olhos azuis, bem branquinha e calada. Era trote.
Abri os olhos e, no escuro, vi bem detalhada essa branquinha. A mesma que fez chorar esse homem com uma surpresa de aniversário. A mesma que me apoiou no país lá de cima. A mesma que topou casar comigo e descasar. Para virarmos namorados.
Fechei os olhos novamente. Dedo mindinho na memória. Corria o indicador pelo umbigo semi úmido. Foi quando sentamos naquele restaurante italiano. Foi quando fazíamos aviões voar. Foi quando começamos a fazer turismo.
Os outros dedos não citados ficaram enciumados. Juntaram-se aos enamorados das mãos dela. Lembra do Céu de Bianca? Levaram as mesmas mãos grudadas como no Pão de Açucar ao alto. Vimos o que era tão claro. Que é claro que fomos feitos um para o outro. Para quê ser um amor de uma história normal se o nosso original é mais gostoso?
Abri os olhos. Ela ainda está do meu lado na cama, apesar do tudo que fui. E dizendo que nunca é tarde.
Os outros dedos? Furando bolos, catando piolho e contando pro seu vizinho que a Espanha nos espera já que agora o mundo é pequenininho.
Com amor,

Thiago Kuerques

4 comentários:

Bia disse...

Ai ai...
Duas lágrimas bobas aqui teimando comigoo...rs

Amei. Pq foi com amor, pq também lembro de tudo isso aí... pq eu quis te encontrar!

Beijoo

carolbardi@hotmail.com disse...

O seu coração é gigante e lindo! E o meu orgulho por você já não cabe no meu. Partilho a sua felicidade. Eu te amo muito.

Leticia disse...

Quando se ama tudo fora fica pequeniininho.
O amor sim, é o mundo =)

Cinthia Pascueto disse...

Awn.

Lindo isso.