quarta-feira, setembro 29, 2010

Me deporta

Embarcamos sempre numa viagem qualquer, as vezes sem destino, as vezes sem companheiro, as vezes sem carro, carroça ou avião. Nunca nos perguntam. Nos embarcam sem permissao alguma. E a falta de consentimento faz com que se torne uma viagem horrorosa, desgostosa, mulher peluda de pernas grossas. Nem um carinho é feito. Somos uma pena no furacão; uma gota na tromba d`água; um puro no congresso; um romântico no século XXI. Todos são levados, assoprados, arrastados, enlameados.
Somos lançados ao mar bravio, ao ar sombrio, sem bussula, sem boias salva-vidas. E é a partir daí que vai ou racha; quebra ou encaixa; afunda ou abandona; ou fode ou sai de cima ou debaixo; ou chuta ou sai da frente; ou assa ou queima;
Mal cheguei, mal passado e já to saindo. Não queria ter vindo mesmo. Me deporta que eu gosto.

5 comentários:

Tuilla disse...

Não tem como não gostar dos seus textos. São super envolventes! Sempre que dá, to aqui !
Beijos

Thamiris disse...

sempre arrasando!!!! não dá pra parar de ler!! vc eh toptoptop!

carolbardi@hotmail.com disse...

Sei te ler entrelinhas, entre as linhas mesmo! E se há poesia em tudo o que você diz é porque há muito amor em tudo o que você é. Lindo texto, mais uma vez. Você me inspira! Meu poeta mais charmoso do mundo. :)

Me deporta para aí? Te amo

Gabrielle disse...

Admiro muito muito sua criatividade. Parabéns thi =)

Vitor disse...

não há para onde fugir.