segunda-feira, março 10, 2008

A vida não é uma comédia romântica e eu não sou o dono da história

Na rua deserta e madrugada ele se levanta da calçada quando a vê chegando de uma festa. Era apenas para entregá-la o anel de compromisso. Bêbado do mais alcoólico dos sentimentos.
- Então diz. Diz que não me ama. Derrete esse anel e faz um pingente. Aceita e em troca eu só quero um beijo.
- Não posso.
Ela vira de costas. Ameaça fugir. Ele a agarra por trás a beijando na nuca dizendo:
- É o último beijo. A última cena. Aí vou embora e saio do seu filme para sempre.
- Se eu for beijar você agora vou querer beijar muito mais. A vida inteira. Toda noite. Evitar de vez em quando até de vez em quando virar nunca mais.
Se tocam nos lábios. É beijo mas não é beijo. É final feliz mas não é final feliz. Era a maldita racionalidade se pondo entre dois encaixes de amor.
- Não posso ficar com você.
O argumento o faz lacrimejar.
- Eu não posso. Não quero gastar esse amor. Quero guardar ele assim, pra sempre.
- Nada vai mudar.
- Não depende da gente. É o tempo.
- Que tempo é esse que vai mudar o meu amor?
Impera o silêncio. Ela parece irredutível.
- De que tamanho? De quantos séculos?
- Trinta anos.
- Eu espero. Só pra provar pra você que amor não se mede por fita métrica. Muito menos por calendário.
(Do filme "A dona da história")

Quem sabe os filmes não foram inventados para acreditarmos no amor e nas suas coisas fantásticas por pelo menos duas horas de tela grande? Basta sair e reparar que a vida não é assim. E Veríssimo me disse a algumas semanas atrás que a vida não é uma comédia romântica.

8 comentários:

Letícia disse...

Essa coisa de dono da hsitoria é mt relativo, a historia é sua mas o dono pode ser outra pessoa, ou vc ser o dono da historia de laguem..
Ou nada também...rs
Só sei que o filme é lindo e vc resumiu mt bem!

Beijos!

Letícia disse...

Ops...só agora percebi...
Quanto em no coment anterior..rs

Anônimo disse...

E o pior é que nem comédia a vida é...
Abração!!

Paula Calixto disse...

Mas "a vida imita a arte e a arte imita a vida".

E é TUDO de representação e naturalidade em revezar nesse existencial-paradoxal chamado VIDA!

Só nos resta uma coisa: Viver, ora! (;

Beijos, querido.

Carmim disse...

A minha cabecinha fez um filminho enquanto ia lendo esse diálogo. E sou obrigada a concordar inteiramente com a frase que a Paulo mencionou.

Beijo menino.

Cinthia Pascueto disse...

A vida até que poderia ser uma comédia romântica sim. O problema são os outros, que sismam em não seguir o script que destinamos a eles em nosso roteiro.

Mesmo assim, ainda não me conformo com monólogos.

Beijo!

Anônimo disse...

Mas de vez em quando até que seria bom se fosse...

Respondendo à sua pergunta, eu não sou fotógrafa profissional, mas tenho uma boa máquina e gosto muito de dar uns cliques... Quem sabe um dia, né?

Beijo.

carolbardi@hotmail.com disse...

Manooooooo
Olha eu aqui. =P
Fiz um blog pra mim tbm.
Lembra que vc tinha dado a idéia? rs. Até que eu gostei disso!

Ameii o texto. Quer dizer, eu amo tudo que vem de você.
Saudades!