quinta-feira, novembro 17, 2011

Uma latinha de bom humor

Eu, capitalista de merda que sou, me meti a analisar as carências do mercado em busca de um negócio próprio. Quem aqui, ai e acolá não sonha em ser dono dos próprios horários, não quer ter que acatar ordens muitas vezes questionáveis de algum chefe burro, de ter autonomia para fazer o que bem quiser? Falta educação, sim. Faltam professores de algumas áreas; serviço de nutricionista a domicílio; venda em lojas de varejo de lixeiras temática separadas por tipo de lixo; coleta de lixo reciclável por bairros; intercâmbio educacional em escolas públicas; candidaturas a eleições escolhidas pelo povo ao invés de o povo só escolher um em um duvidoso pequeno leque de opções. São todas carências da sociedade. Peguem as idéias, amigos. Mas a principal das carências que encontrei nas minhas andanças pela terra do sempre foi a ausência de humor. O humor, senhores, um bicho quase extinto com a danada da graça. Piadas? Só as que fazem muitos rirem e alguém chorar. Falta humor. O bom humor, especialmente. Pensei, então, este ser um produto fadado ao sucesso mundial (sou pretensioso sim, senhor) uma latinha de 500 ml de bom humor, cheiroso, gostoso. Que tal?
Confesso ser um empreendedor medroso. Mas, tudo bem. Para alguns medo é impossibilidade completa, para outros combustível para uma caminhada mais cautelosa e corajosa. Fiz um projeto com planejamento, estudo aprofundado de mercado, concorrência, fatores influenciáveis interna e externamente. Enfim, tudo como manda o manual do bom empreendedor. Em fase final me deparei com uma questão interessante: quem são as pessoas mal humoradas? Em caso de não se pensar muito os mal humorados geralmente não possuem o famoso poder de compra. Em miúdos, não tem grana. Em outros miúdos, um produto com enorme potencial de venda como a latinha de bom humor, por lei de oferta e procura, teria um preço aburdo. Com isso quem compraria? Ricos.
Seria inacessível a quem realmente precisa. Quanto maior o poder de compra, maior a satifação. Vá entender. Descartei o produto. Ironicamente, neste caso, dinheiro traria felicidade.

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